A doença de Crohn é uma enfermidade inflamatória que pode se manifestar em qualquer parte do tubo digestivo (desde a cavidade oral até a região anal) sendo mais comum na parte final do intestino delgado (íleo) e o intestino grosso (cólons). Sua causa ainda não está esclarecida. Não é uma doença contagiosa e pode afetar tanto adultos como crianças, não havendo predominância de sexo.
Outros fatores como o contato com vírus e bactérias, fatores ambientais (estilo de vida, tabagismo, hábitos alimentares) e emocionais podem ter algum nível de importância na apresentação da doença, dessa forma ela é considerada uma doença multifatorial.
Não há uma explicação definitiva para a causa da doença. Ela é crônica e não há cura descrita. Pode se manifestar ao longo da vida com crises agudas recorrentes, assim como períodos longos de ausência dos sintomas, chamado remissão.
O tratamento medicamentoso e/ou cirúrgico pode influenciar positivamente no controle da doença, permitindo longos períodos sem sintomas.
Estomatites (inflamações na boca), diarreia, dor no abdômen, perda de peso e febre são características mais comuns.
É comum apresentar distensões do abdome, dor do tipo cólica, com dificuldade para a eliminação de gases intestinais.
Frequentemente pode ocorrer uma obstrução parcial ao esvaziamento do conteúdo intestinal, com necessidade de internações com hidratação venosa, uso de antibióticos venosos e de corticosteroides, além de restrição temporária à ingestão de alimentos, para ajudar na recuperação. É possível também a ocorrência de fístulas.
Esses trajetos fistulosos podem ser múltiplos e com grande destruição tecidual extensa, pela reação inflamatória própria da doença de Crohn e pela infecção secundária que ocorre na área afetada, prejudicando significativamente a qualidade de vida do enfermo.
A colonoscopia com biópsia e avaliação do íleo terminal é o melhor recurso para o diagnóstico da doença. O exame histopatológico do material colhido na biópsia pode confirmar a suspeita. A tomografia computadorizada do abdome pode ser útil na identificação de fístulas entre alças intestinais e outras alterações.
Outros exames como radiografias do abdome, exame contrastado do intestino delgado pode ajudar. Os exames laboratoriais também são importantes no diagnóstico e controle da enfermidade.
O curso da doença pode variar de acordo com as manifestações intestinais e/ou extraintestinais. É comum a desnutrição em adultos e crianças, podendo provocar atraso no crescimento quando a doença surge na infância.
O tratamento depende da forma de apresentação da doença e do grau de gravidade, é iniciado quase sempre com medicamentos. Alguns casos necessitam de intervenção cirúrgica para tratamento de complicações. A investigação, tratamento e acompanhamento desses enfermos envolvem quase sempre um médico clínico (gastroenterologista) e um cirurgião (coloproctologista ou do aparelho digestivo), na maior parte das vezes, de acordo com a forma de apresentação, localização e extensão da doença.
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